Hoje você
jura amor eterno, amanhã não me olha nos olhos, semana que vem você
encontrará um novo “amor” e provavelmente depois de chorar muito eu
ficarei bem.
Hoje em
dia “eu te amo” virou bom dia, boa tarde, bons sonhos ou até mesmo alô, como
vai? Desculpe-me a sinceridade, quem sabe a petulância, mas qual é o
significado do amor? Prefiro não ouvir um “eu te amo” por toda a vida, do que
ouvir um falso “eu te amo” todos os dias. Eu espero amar alguém e sentir
reciprocidade nisso, quero passear de mãos dadas quem sabe usar aliança de
compromisso, mas sentir aquele frio na barriga, quero olhar nos olhos desse
alguém e saber que ali há amor e que isso não precisa ser dito várias vezes ao
dia. Eu não quero frases decoradas nem palavras repetidas, eu quero
sinceridade. Mais vale um não agradável do que um sim falso. Atualmente tudo
está tão monótono que uma prova de amor se resume numa atualização de status
numa determinada rede social, expondo uma felicidade que não existe, ou melhor,
um amor que não existe.
Tudo isso
me faz crer que nasci no tempo errado. Queria ser do tempo em que uma serenata
em baixo da janela era declaração de amor, que versos e poesias eram feitas
descendentes de um sentimento real. Queria poder acreditar nas pessoas. Queria
alguém que me convidasse pra jantar sem outras intenções e não aquele que avisa
da balada do fim de semana, queria uma companhia agradável para ver um bom
filme num sábado à noite. Eu queria mais simplicidade e menos aparência. Eu
queria ouvir a melodia de uma música no violão vendo o pôr do sol, eu queria
que o amor fosse o amor de antigamente.
- Pedro
Bial