terça-feira, agosto 6

Um diário de Karina- Boa noite, meu anjo!, dia 5


Olhos azuis, mãos viris, ele disse que não se apaixonava, ele disse que seríamos amigos para sempre. Ele sabia jogar comigo, sabia que era só falar algo bonitinho que eu iria me entregar a ele. E eu, que sempre pensei que era difícil, me vi como uma biscate vermelha atrás dele. Talvez não fosse amor. E amor não era. Mas ele era tão bonito e eu o desejava com tanta sede. Era tão bonito, era tão divino, pelo menos assim se fazia na minha cabeça. Quando eu o vi... depois de pulsos falhados, boca seca e 322 borboletas no estômago, ele era tão bonito. Mas na minha cabeça, só na minha, ele era tão mais perfeito, ele era como uma sinfonia, como um "Quebra Nozes", como o Titanic. Ele era... irreal. Irreal e não se apaixonava, eu acreditava tanto nele. Ele mentiu. Ele era apaixonado. "Loucamente apaixonado, doido de amor.". E, cara, ela também é tão bonita. 
Eu não via mais nos olhos dele o mesmo sentimento. Eu não via em mim a mesma pessoa. Ele era tudo que eu queria, e agora, eu não quero mais nem conhecê-lo. Ele foi a penumbra mais clara, a felicidade mais rápida, o platônico mais comum. Ele foi um sorriso sincero, um cupido magrelo que já me esqueceu. 
A beleza anilada daquela lente azul, a clareza da mesma peruca loira, a pureza da pele espelhada, eu o desejo em silêncio. Trabalho o desapego e desejo felicidades.

"Boa noite, meu anjo!"

Nenhum comentário:

Postar um comentário