terça-feira, outubro 22

Em amigas: Marco


É, deve ter sido fácil para você me ver voltando sem mil roubadas mas para pedir desculpas das minhas (ou suas) mancadas. E engolindo soluços, falei tudo o que eu achei que seria necessário você saber, e então voltar.
Mas você não seguiu o roteiro que criei em minha mente. Você queria me ver jogada aos seus pés, me humilhando por seu perdão, implorando seu amor para aí você olhar no fundo dos meus olhos castanhos e dizer que não vai adiantar falar como um bebê, que eu já não sou mais seu bem.
Mas amor não se implora, infelizmente. Porque se desse para implorar, eu me ajoelharia no milho e ficaria uma vida inteira se necessário fosse, para você voltar para mim. Porque eu sinto sua falta, eu sinto falta da sua mão no meu cabelo, sinto falta do seu braço musculoso ficando frágil ao encontrar as minhas mãos, mas de nada adianta sentir se não posso mais reviver.
Talvez aquele sentimento ainda esteja aqui, porém enterrado naquela eu, que te jurava amor eterno depois de alguma prova banal de amor ou de um "eu te amo" ofegante dentro de um restaurante barato.
Pode ser que a gente se encontre na avenida e que se cumprimente com um aceno de cabeça e... só. Ou talvez você ache melhor atravessar a rua antes de ter que trocar olhares comigo. Talvez seja melhor assim... Para nós dois.
Pode ser que eu saia na rua em um dia chuvoso de inverno para comprar um café e ali na esquina você passe rápido com o seu Opala 56 herdado do Seu Juca (o melhor avô do mundo como você mesmo dizia) r nem me veja. Pode ser que você passe e me dê uma carona que eu, é claro, recusarei. Pode ser que a sua nova namorada esteja o acompanhando, pode ser... Pode ser...
E assim de "pode ser" em "pode ser". acreditaremos que acontecerá. Além do mais, pode ser que daqui algum tempo haja tempo pra gente ser mais, mais que dois grandes amigos.

Eduarda, Gabriela e Karina

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