terça-feira, junho 11

17 de maio


Não era um 17 de maio normal... Talvez, minha vida tenha alguma coisa com esse dia. Não era só mais uma sexta-feira, e talvez esse fosse mais um motivo de que coisas boas aconteceriam. Eram 6:15, minha mãe me contava como ela e meu pai noivaram há 15 anos atrás. Eu tentava sorrir quando ela sorria para parecer que eu estava ouvindo, até que para quem teria uma prova Química dali umas duas horas, eu estava calma. Eu prestava atenção em cada movimento que o ponteiro do relógio fazia, estava um pouco atrasada mas nada que uma corrida até o ponto de ônibus não resolvesse depois. Meu celular gritou 6:30 e saí de casa. No ônibus em vez de ver e rever a Tabela Periódica, eu parei para pensar no noivado dos meus pais, seria legal se ele ainda lembrasse disso, mas devido a situação civil dos meus pais, não sei se é a melhor pergunta para se esperar a resposta certa. Me senti mal por não ter pensado nisso enquanto estava em casa. Eu poderia ter feito algumas perguntas... É, eu deveria. 
Meus pensamentos balançavam no mesmo 80 km/h em que o ônibus andava. Dividia o fone com uma amiga, provavelmente, alguma música dos Engenheiros do Hawaii gritava nos meus ouvidos. E na minha cabeça, um turbilhão de ideias se dividia em 'a massa do elétron é desprezível, a massa de um núcleo se dá da soma do número de prótons que é igual ao número atômico com o número de neutrôns' e '15 anos de noivado, meu Deus...'. Parei em mim, algo dentro de mim dizia: 'E você, Karina? Onde estão os amores da tua vida?'. 
Cheguei na escola realmente confusa. Era uma sexta-feira, prova de Química, mami falando do passado (e do mesmo passado que eu nasci), precisava conversar com alguém, realmente, me sentia sozinha.
O resto do meu dia foi igual, exatamente igual, mesmas pessoas, mesmas palavras... Procurei nos detalhes encontrar algo diferente, mas era o tudo mesmo. 
Não lembro o motivo, mas minha mãe não estava em casa (ou tava e eu não a vi?). E na página principal do meu Facebook, brilhou, quase que em laranja fluorescente, o link de uma ask a qual poderia me distrair por aquela noite.
Não irei negar, entrei naquela porque achei aquele ser esplendidamente bonito, daria uma boa paixão platônica. E pelo amor de Deus, por que eu não entro nessa de desvendar o futuro? Eu sabia que esse seria o fim. Um amor platônico. Um comum e desprezível amor platônico. P-l-a-t-ô-n-i-c-o.  Por favor, Karina, se você sabia que ia acabar nisso por que entrou?
Entrei porque quis. Fiz porque quis. Amei porque achei que seria a melhor coisa a se fazer. E sim, amei.
Amei como sempre amei, amei como se aquele fosse o último amor da minha vida, amei com todas as minhas forças, me fiz em amor. 
O que não entendo é o motivo de ter escrito no passado, se o que vivo está no futuro mais que perfeito, se é agora que morro em amor. Se é agora que por ele sofro.

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