segunda-feira, outubro 14

Tão ele. Tão ela. Tão momentâneo.


Ensaiando ser uma dama, ela estava sentada de costas para porta. Teatrando como seria quando ele chegasse. É claro que ela tinha uma cúmplice, a amiga certa no lugar certo fez o coração dela parar quando disse:
- Hey, ele chegou!
- Eu não vou olhar. Eu não me importo. -Ela disse não se virando para vê-lo.
Ela sentiu as mãos quentes que ainda não conhecia vendar seus olhos. Ela já não sentia mais seu coração, sabia que precisava fazer alguma coisa. O coração, acelerado, batia lentamente. Ela estava confusa e tirando as mãos dele dos olhos dela, ela se levantou e o cumprimentou. É claro que aquele amigo em comum estava junto, e a encarava como quem dizia: "Calma, é só ele!". Ele cumprimentou a todos. Ambos cumprimentaram a todos. Ela se sentou novamente e se virou para eles. Não havia lugar ali, e a aniversariante logo entraria. Com algumas palavras idiotas, eles foram tomados dela por alguém que avisava a entrada da aniversariante. Ela já não aguentava mais. Não aguentava mesmo e precisava gritar ou chorar, ou qualquer coisa do tipo. A amiga sorria daquele jeito: "Calma!". Era fácil para todo mundo, ele era só mais um rostinho bonito e só isso.
Ela não aguentava. Precisava acontecer. Ele a olhou como qualquer garota gostaria de ser olhada. Começara as primeiras músicas quando eles ficaram perto pela primeira vez, e ele sabia exatamente o que fazer para que ela se apaixonasse. Seria fácil, ele sabia. Foi só morder uma coxinha (?) e dar a outra metade na boca dela. Ela não seria difícil por muito tempo. Ele fez o que queria. Até pegou outras meninas. Ela morria por ele. É, ela ainda faz isso.

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