sábado, fevereiro 9

Nunca mais será igual



Começou o Carnaval. Nunca me achei mais brasileira por gostar dessa festa e a propósito, estou furando com o meu bloco para escrever aqui. Devem estar uns 30 graus, mas a fina garoa não deixa que a praia fique tão cheia, a cidade está cheia de turista, inclusive eu, que tive que viajar por 6 horas para estar aqui. Mesmo assim, me sinto vazia. Espero por algum SMSs apaixonante, ou alguma conversa no Facebook mesmo. Talvez uma ligação, ou até, um beijo de algum conhecido (ou desconhecido, não faz mais tanta diferença). As pessoas entram e saem das lojas, que já fazem liquidações das coisas de verão. Estou aqui no meio de tantas pessoas desconhecidas, inclusive um loirinho divo (risos). Fico pensando porque loiros me prendem... Não que morenos não façam isso também, mas loiros são tão lindos. Começo sentir as mudanças dentro de mim. Coisas não me deixam mais estressadas, uma timidez desconhecida me invade e bochechas vermelhas florescem com frequência. Conheço um cara que parece sozinho e sai de uma loja perto de mim. Ele me parece muito familiar... Como um vizinho... Aah, ele é o meu provisório vizinho. Há um vizinho gato aqui, ele poderia se declarar e eu apagaria medos da minha cabeça.  Ele poderia apenas me beijar e eu continuaria minha vida. No máximo, voltaria com ele para casa. Ele se aproxima. Fala comigo. Uma dor no peito me invade. Ele me oferece um sorvete (sorvetes deveriam ser mais românticos). Como educação vou com ele até a barraquinha, agradeço o sorvete e com algum extinto fico ali esperando por ele. Acho que ele percebeu que eu não me sinto a vontade. Estamos voltando para casa e eu pensando em cada palavra de alguma postagem  que eu possa fazer, começo a recitar baixinho: "Oh, little boy... Kiss me, dear..." Ele me olha e antes que eu termine a primeira parte, ele continua dizendo: "You know you like me..". Fico encantada ao ver ele "recitando" um poema que eu fiz e que só postei no Jujubas. Me pergunto se ele lia o Jujubas, ou se, qualquer coisa... Por um momento fiquei com medo, vai que ele fosse algum tipo de maníaco que me perseguia. Resolvi encarar até o "maníaco", até porque ele era muito lindo para isso...  "Oh, little boy... Kiss me, dear... You know I miss you" continuei, mas já estávamos na esquina de casa e a chuva havia engrossado. Ele estava mais perto de mim do que quando a gente saiu da barraquinha de sorvete, e como num sussurro muito perto de mim, ele disse: "You know I want to stay, with you, forever" e então seus lábios estiveram mais próximos do meu do que qualquer outro lábio jamais esteve. Eles estavam juntos, e aquele vizinho que poderia me beijar, leu meus pensamentos. E, agora, meus dias nunca mais serão iguais.

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