quarta-feira, junho 20

¿Chorar?



Ás vezes, no silêncio da noite, quando o sono não vem e a coragem volta, apenas choro.

Choro porque não aguento mais essas músicas melodramáticas que só fazem as lembranças voltarem e não se repetirem. Choro para diminuir a tristeza que renasce dentro de mim, a cada dia. Choro para eliminar todos os sentimentos desse coração. Choro porque não sou de ferro e, sozinha, chorando, sei que as pessoas não vão me julgar.

Não podem me julgar, porque não sabem o que se passa dentro de mim. Por trás dessa menininha, gentil, educadinha, meiga e certinha, existe desespero e um rio que deságua no oceano das lágrimas de meus olhos. Choro porque não aguento apenas fingir um sorriso. Aliás, tem horas que nem um sorriso sei demonstrar. 

Choro porque quando não posso contar com ninguém, pelo menos o silêncio dos soluços me ouvem e me entendem. 

Choro porque não aguento mais esse mundo sem atitude, sem respeito, ignorante, onde todos sabem meu nome e não minha história. Onde sabem quantos sapatos eu tenho, não quem meu coração já amou ou ama, por quem eu derramei cada lágrima e pra quem eu dei os verdadeiros sorrisos.

Choro pra esquecer, de uma vez, todas as pessoas que falam de mim, mas não consigo. É inacreditável o poder do choro contra minha mente, me faz perdoar, mas não esquecer. E quando você pensar em me magoar, lembra que aqui dentro existe uma menina como as rochas, que tudo suporta e que nada esquece. 

Posso chorar todos os dias, mas quando eu te fazer chorar, você irá perceber como eu me sinto. E não vai gostar. Então, não me trate como trapo, porque não vou te tratar como seda. 

Aprendi a chorar, não a esquecer.

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