quarta-feira, julho 31

À la Barbie Girl


Um metro e setenta e seis centímetros, pernas longas, quadril avantajado, cintura fina, barriga chapada, seios fartos, braços finos, rosto angular, lábios carnudos, nariz fino, olhos claros, sobrancelhas altas, cabelos longos e levemente ondulados, eis a perfeição da beleza feminina.
Há nas sociedades contemporâneas uma intensificação do culto ao corpo, onde os indivíduos experimentam uma crescente preocupação com a imagem e a estética. Pessoas cada vez mais manipuláveis deixando-se serem enjauladas pelo padrão de beleza gritante da mídia.
Foi o cinema de Hollywood que ajudou a criar novos padrões de aparência e beleza, difundindo novos valores da cultura de consumo e projetando imagens de estilos de vida glamorosos para o mundo inteiro.
A obsessão pela beleza, por alcançar o corpo perfeito e o peso ideal hoje em dia, vai muito além de passar fome e passar horas em academias. Em muitos casos a obsessão pela beleza chega a ser fatal, como muitos casos de garotas com anorexia ou cirurgias mal feitas.
A sociedade é levada a supervalorizar a beleza em detrimento do intelecto. Entendida como consumo cultural, a prática do culto ao corpo coloca-se hoje como preocupação geral, que perpassa todas as classes sociais e faixas etárias, apoiada num discurso que lança mão da preocupação com a saúde.
É a indústria da beleza que incute na sociedade um desejo mórbido pela "boa" aparência. Porém a constante busca pelo belo surge da insegurança pessoal que não vê os limites pela busca. Afinal de contas, se o ser humano, por si só, não conseguir libertar-se da escravidão do padrão inatingível de beleza, tampouco alguma intervenção estética algum dia o fará.

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