sexta-feira, dezembro 14

29/12/2012




Querido Diário,

Era sábado de manhã, ou pelo menos era o que eu supunha ser ao ser acordada de forma brusca pelos acordes de John, George, Ringo e Paul cantando Twist and Shout no último volume. Resolvi levantar  apresentar o sol ao meu quarto, e formular um plano para esse sábado, já que minhas amigas haviam me abandonado alegando que iriam fazer um "programa de índio" e que com toda a certeza eu iria amaldiçoar até a terceira geração delas, pois sabem que sou avessa a programas melosos com os namorados. Delas que fique bem claro! Eu tinha terminado com meu ex a menos de dois meses e ainda fazia questão, que o nome dele nunca fosse pronunciado na minha presença.
O que me restava era afundar no sofá da sala, comendo sorvete até sair pelo nariz, e ir até a locadora procurar algum filme com um ator boa pinta que não seja babaca e nem tenha o nome com a letra "E".
Fazia tempo que meu sedentarismo ocasional se tornou um hábito constante e fez com que meu modesto salário de estagiária em um escritório de advocacia, fosse reduzido a metade para servir de alimento para um carro carinhosamente apelidado de "Apple" (apelido que o namorado da minha melhor amiga deu) e foi justo com ele que me encaminhei até a locadora, com Shine a Light tocando a toda.
"Marley e Eu" não, muito obrigada não estou a fim de chorar as pitangas, "Um amor para recordar" quem sabe. "Sorte no Amor" perfeito!! Era isso que estava faltando para a minha vida e nada como assistir Tom Fletcher e os demais McFLY's cantando quando ainda eram uma bandinha de garagem. Me encaminhei até o balcão onde geralmente estava uma mocinha simpática que sempre tinha uma cor nova como mecha de cabelo; paguei o devido valor pelo DVD e me encaminhei ao "Apple" cantarolando Here comes the Sun enquanto chutava uma pedrinha do asfalto novo. Para minha surpresa acabei esbarrando em um ser alto, moreno e malhado;
Feito novela mexicana, das quais eu acompanhava muito quando a insônia me pegava as altas horas da madrugada, me joguei no chão teatralmente, atraindo a atenção do "deus grego" ainda sem nome.
Ele fora super simpático e preocupado, querendo me levar até um posto de saúde próximo para ver se algo tinha acontecido, porque segundo ele eu tinha batido a cabeça na queda. Pobre iludido, eu merecia um Oscar por melhor atuação, Jhonny Depp até me invejaria. Engatamos um papo super animado sobre o tempo, e em como os preços dos filmes estavam ficando altos. Nos despedimos com dois bejinhos na bochecha, e trocamos telefones, ele alegando que queria saber como eu estaria na manhã seguinte depois da minha queda, e eu sorrindo muito e pensando em me inscrever para algum filme de Tim Burton.
Daí em diante meus finais de semana pararam de ficar tediosos, acabei por agradecer os "programas de índio" das minhas amigas, e sem menos esperar ganhei um novo apreciador de Beatles, McFly e de ficar tomando sorvete deitados em um sofá juntos. Um final feliz para o que eu pensava ser um ridículo sábado.

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